Monday, January 27, 2014

Uma visão de futuro, rumo à economia do Mar


O grupo Parlamentar do PSD enviou uma carta a todos os intervenientes na elaboração do "Manifesto para a Libertação da via da Àgua" assinado em Setubal a bordo da embarcação "Riquitum" .
Por via do engenho, arte e iniciativa do prof. Carvalho Rodrigues, impulsionador da "Marinha do Tejo", poderemos vir a ter uma realidade bem diferente para a navegação com embarcações representativas do nosso património náutico, assente na arte da carpintaria naval, se a proposta de resolução for aprovada.
Este processo em muito contribuirá para o desenvolvimento da denominada "Economia do Mar", junto de localidades espalhadas por todo o litoral e albufeiras do nosso país. 
A CENARIO - Centro Náutico da Ria de Ovar, esteve e estará presente nesta iniciativa. Mas, para estarmos mais uma vez presentes, desta vez na Assembleia da República, é necessário confirmar a presença junto do prof Fernando Carvalho Rodrigues. Esta proposta é de relevante interesse para todos os que se movimentam em torno da náutica de recreio de pequena escala, associativa e representativa de uma realidade bem mais ativa e prolífera do que se possa imaginar.  

Eis a carta:

Ex.mos Senhores
Assunto: Regime específico de navegação nos estuários dos rios

Serve a presente para informar V. Exas que no próximo dia 30 de Janeiro às 15:00 horas, é discutido em Reunião Plenária da Assembleia da República o Projeto de Resolução n.º 759/XII/2.ª da autoria do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata, o qual visa recomendar ao Governo a criação de um regime específico de navegação nos estuários dos rios.
Palácio de São Bento, 24 de Janeiro de 2014,



Eis um extrato do projeto de resolução:

Projeto de Resolução n.º 759/XII/2ª

Recomenda ao Governo a criação de um regime específico de navegação nos estuários dos rios

Exposição de motivos
Portugal assegurou uma relevantíssima presença na história das nações enquanto país de destemidos navegadores e descobridores de novos mundos, subindo rios e desbravando mares.
Com três quartos das suas fronteiras definidas pelo oceano, mesmo se em algumas épocas esteve de costas voltadas para ele, Portugal tem o seu destino indelevelmente traçado pela ligação ao meio aquático, e as dificuldades que o mundo da economia atravessa hoje vêm lembrar um mar de oportunidades por explorar que continua ali ao virar da porta.
No mar e nas suas ligações fluviais estão um futuro de potencialidades ligadas ao desporto, ao turismo, à medicina, à energia, à alimentação.
Foi recentemente estimado que a economia do mar represente direta ou indiretamente cerca de 11% do PIB, de 12% do emprego, e de 17% dos impostos indiretos na economia portuguesa.
O desenvolvimento das atividades náuticas, envolvendo um crescente número e variedade de embarcações e de desportistas justifica a necessidade de um continuado ajustamento do regime jurídico em vigor que, mantendo o nível de segurança exigível para as embarcações e seus utilizadores, permita uma maior celeridade e flexibilidade no processo de registo das embarcações e certificação dos navegadores de recreio.…
Contrariando o que se poderia tornar uma perda irreparável, e fazendo eco da Carta de Barcelona datada de 2003, iniciativa que procurou lançar as bases para a salvaguarda do «património marítimo flutuante», uma legião de entusiastas lusos vem aderindo ao espírito do European Maritime Heritage através de uma atividade deveras meritória.
Esse crescente grupo de cidadãos, com muito empenho e energia, e o inestimável apoio de alguns municípios, têm procurado manter a tradição ajudando a que as artes não se percam, e vêm recuperando embarcações abandonadas, reconstruindo novas, copiando modelos antigos, e organizando passeios, concentrações, e regatas.
…/…
O apelo do mar e dos rios e a vontade de neles navegar, as aventuras à vela ou a remo, ou até em desculpável concessão a pequenos motores auxiliares, tem dado espaço para o reflorescimento de atividades pitorescas recorrendo a não raro a estaleiros improvisados por vezes nos próprios jardins das suas casas.
Portugal foi e será nação de navegadores e marinheiros enquanto souber preservar a sua Cultura e a sua História.
O Plano Estratégico de Transportes 2011-2015, concebido num período de dificuldades extremas do País resultantes da atual conjuntura põe em evidência o importante papel do sistema marítimo-portuário na economia nacional e na competitividade.
No domínio dos portos e da atividade portuária assistiu-se ao longo dos últimos dois anos a uma reorganização do trabalho e da atividade portuária, e na redução de custos de contexto associados enquanto contributo para a dinamização destas atividades ligadas ao mar.
A procura parece justificar a aposta nestas pequenas atividades colaterais tão importantes também para a micro-economia e o micro-emprego e um esforço nesse sentido das entidades com competência na matéria para a definição de um normativo equilibrado e adequado para uma marinharia dos rios e estuários que teima em não desaparecer, acenando com um enorme potencial em domínios ainda pouco explorados e fonte de enorme riqueza material e cultural.
Assim:
A Assembleia da República resolve, nos termos do disposto no n.º 5 do artigo 166º da Constituição da República Portuguesa, recomendar ao Governo que:
1.            Pondere a criação de um normativo específico para as embarcações típicas dos rios e seus estuários tendo em consideração as suas características especiais;
2.            Defina um regime de prestação de serviços no âmbito do transporte fluvial público não regular abrangendo as embarcações típicas e outras vocacionadas para o mesmo;
3.            Preveja a dotação simples de infraestruturas ligeiras e outras facilidades pelo significativo impacto positivo que têm nestas atividades;
4.            Confira coerência e integre estas atividades na estratégia e lógica da Economia do Mar e proximidades.

Palácio de São Bento, 07 de junho de 2013

Os Deputados do Grupo Parlamentar do PSD,


LUÍS MONTENEGRO; PEDRO LYNCE; LUÍS MENEZES; PAULO BATISTA SANTOS; JOSÉ MATOS ROSA; ANTÓNIO PRÔA; PEDRO DO Ó RAMOS; HÉLDER SOUSA SILVA; NUNO MATIAS; BRUNO COIMBRA; ULISSES PEREIRA; ANA SOFIA BETTENCOURT; PAULO SIMÕES RIBEIRO; SÉRGIO AZEVEDO; BRUNO VITORINO; NILZA DE SENA; MIGUEL SANTOS; FERNANDO MARQUES; PEDRO PINTO; NUNO ENCARNAÇÃO.





Monday, January 13, 2014

Madeiras do Bussaco

A CENARIO e a Fundação Mata do Buçaco acordaram a elaboração de um protocolo para a utilização de madeiras caídas durante o temporal de Janeiro de 2013. No passado dia 9 fizemos o último de dois carregamentos de diversas espécies, sobretudo resinosas, para os projetos de carpintaria naval. Estas madeiras, onde se incluem cedros e acácias, e espécies de pinheiros exóticas, constituem um valioso património da CENARIO legado para próximas décadas, pois a qualidade e quantidade de madeira permite-nos projetar a sua utilização para além do curto prazo. Como contrapartida, teremos que construir uma embarcação para um dos lagos da mata do bussaco... Esta aproximação entre a FMB e a CENARIO deu ainda origem a uma exposição da Rede Museológica de Ovar nas instalações do Hotel Palaçe, visitada por grande número de turistas.

O relacionamento com os técnicos da FMB foi excelente e esperamos que esta parceria perdure para além das árvores caídas, nomeadamente na presença e divulgação das atividades mais relevantes das duas instituições. 





Agradecemos a Cândida de Sá, do setor de comunicação da FMB  as fotos enviadas. 

Saturday, January 11, 2014

Dispositivo AQCL

Acaba de ser revelado em primeira mão para todo o mundo náutico, o dispositivo AQCL. O seu autor o nosso amigo Francisco Santos, que está a concluir  "La Rondine" - (embarcação da classe Andorinha), fez-nos chegar esta notícia:

Caros Amigos,
Envio em anexo fotos da cana do leme do Andorinha La Rondine vela Nº 17.
Como verificam a cana sofreu obras de requalificação com a aplicação de um dispositivo anti quebra de cana de leme (DAQCL), por acção de penduramento do timoneiro na mesma (APTNM) que julgo deveria ser tornado obrigatório em todos os barcos da classe e adicionado ao livro de regras da mesma com a maior brevidade por ser um dispositivo da maior utilidade  por passarem a haver duas canas antes da mesma se partir por APTNM.
Queiram apreciar o dispositivo DAQCL.
Cumprimentos
Francisco

Consideramos da maior utilidade este dispositivo e faz todo o sentido, dada robustez dos timoneiros e por vezes a fragilidade da cana... Já quanto á obrigatoriedade de este DAQCL ser aplicado em todos os barcos, penso que devemos colocar á consideração dos associados da ANCA ( Associação da Classe Andorinha). Se tal acontecer, temos desde já a primeira grande inovação na recentemente instituída e renovada classe Andorinha.

Seguem-se as fotos do dispositivo, da autoria do Francisco Santos ( e as fotos também).






Thursday, January 09, 2014

EMPREENDEDORISMO

Os Estatutos e Regulamento interno da CENARIO - Centro Náutico da Ria de Ovar, situada no Cais do Puxadouro, em Válega, foram "desenhados" de modo a que esta Associação pudesse ser um motor de transformação e de desenvolvimento. Este motor, os associados e os frequentadores assíduos, podem encontrar aqui um espaço para a experimentação de ideias e acções, desde que inseridas no conceito da Eco-Cultura, neste caso, a Cultura Náutica - factor identitário enfatizado de modo inovador e pioneiro pela CENARIO.
Ao longo de praticamente dez anos de existência, os projetos aqui realizados, incidiram muito maioritariamente na recuperação, estudo e restauro de embarcações de recreio. Outros projetos incluiram workshops, palestras, passeios e...regatas. Envolvemos escolas e outras associações, estabelecemos parcerias. De momento aceitamos projetos de restauro de embarcações, o que pode ser qualificado como "prestação de serviços" na área da carpintaria naval e já somos procurados por pessoas de fora do Concelho; Porto, Arouca, Sátão, Torres Novas Cascais e Sion ( Suiça!), pessoas que entretanto, se inscreveram como associados.
Mas a CENARIO não se constituiu como uma empresa, não é uma entidade caracterizada pelo chamado "novo empreendedorismo".
A Cenario teve na sua génese a cultura associativa e o espírito coletivo como meio para a sustentabilidade e tal só pode acontecer se soubermos transpor os resultados do nosso trabalho para o "Exterior" e conseguirmos renovar os entusiastas desta cultura, criando novas dinâmicas sociais, novos factores de agregação e desenvolvimento. Neste aspecto, as autarquias são os nossos principais parceiros, e devemos realçar a Câmara Municipal de Ovar.
Penso que mesmo aqui, temos conseguido passar a nossa "utopia", mas temos ainda muito por fazer pois ainda quase nada está feito.

Atualmente a Cenario está a promover projetos para fora de portas, numa direção mais vasta, se considerarmos o referido interesse coletivo e o desenvolvimento local e onde queremos que as nossas especificidades culturais, caracterizadoras da nossa identidade, sejam inscritas. Na medida das nossas competências e missão, contemplamos o que outras instituições ainda não contemplaram, pois apostamos nas parcerias e envolvimento associativo. Como exemplo de uma outra associação parceira e importante para nós temos "Os Amigos do Cáster".
Desde há muito que consideramos que o Norte da Ria de Aveiro, se quisermos a Ria de Ovar, a Norte da Ponte da Varela, onde se inclui Avanca, Pardilhó, Bunheiro, constituem uma unidade geo-estratégica de grande potencial diferenciador e qualificador do território da Ria de Aveiro. Foi no extremo norte, no Carregal, que nasceu a SNADO ( agora Náutica Desportiva Ovarense), um dos mais antigos clubes náuticos portugueses e onde se organiza desde há mais de 50 anos a prova mais importante da vela ligeira em Portugal, o Cruzeiro da Ria.

Portanto, e pelas experiências e saberes adquiridos na área da museologia e do desenvolvimento local, elaborámos e fizemos chegar à Câmara Municipal de Ovar em Fevereiro de 2011 uma proposta para o Cais da Pedra, preferencialmente no âmbito do Programa Polis, proposta que visa o desenvolvimento de vias de mobilidade pela água, relacionando os cais de acostagem mais próximos, ou mais distantes, conforme o alcance do percurso escolhido. Para tal necessitamos de um espaço de acolhimento, uma Estação Fluvial/ Núcleo Museológico da Náutica de Recreio, e embarcações à escala dos canais que a história nos legou. já temos algumas embarcações mas não podemos tranquilamente navegar com elas...

Mais recentemente e dada a circunstância da doação do antigo estaleiro de mestre José da Silva, ( José de Pardilhó ou José da "Pitarma"...) na Ribeira da Aldeia, à Câmara de Estarreja, propusemos a esta autarquia a criação neste espaço de uma escola de Carpintaria Naval, ao que a Câmara de Estarreja acrescentou Núcleo Interpretativo da Carpintaria Naval. (Devemos aqui referir o  historial secular da Freguesia de Pardilhó enquanto fonte de especialistas nesta arte, exportando carpinteiros para todo o país, nomeadamente para o Seixal e onde durante muitos anos se estabeleceu o Sindicato Nacional dos Carpinteiros Navais).

Ao implementar um projeto poli-nucleado, criando uma rede de complementaridades, entre os cais do Carregal/ Cais do Puxadouro/ Ribeira da Aldeia, dinamizando políticas inter-concelhias de preservação e dinamização do território Ria, abandonado desde o fim da apanha do moliço, obtemos escala de investimento ( QREN) e asseguramos a sustentabilidade com garantias de continuidades futuras. 
A prática da vela, do remo e da canoagem, a oferta de percursos pela água diversificados, proporcionando uma experiência singular inserida na cultura e identidades locais, (gastronimia, história, arquitetura, costumes e tradições) são fatores demasiado fortes e evidentes cujo impacto regional não pode ser desvalorizado, principalmente no contexto atual da nossa vida coletiva. 

Mas, a CENARIO tem vida própria tem identidade própria e sabemos que o nosso quotidiano é árduo. No âmbito do programa PROMAR elaborámos uma candidatura a fundos de apoio, para investirmos nos nossos barcos, na nossa atividade do quotidiano, fomentando passeios e experiências onde a cultura e a gastronomia são parte integrante.  O programa PROMAR apoia projetos que dinamizem a economia do setor das pescas, mediante a promoção de atividades económicas diversificadas e qualificadoras. A carpintaria naval não se resume a madeiras, barcos e desenho... Com esta arte promovemos MOBILIDADE. E promovemos a interação regional e Associativa, promovendo a imagem e o valor da Ria de Aveiro.
Quase a completar 10 anos de existência, é assim que vejo e situo a CENARIO.

Esperamos que os sócios e simpatizantes da CENARIO, e todos os apoiantes e parceiros institucionais contribuam com nova energia e novas dinâmicas durante 2014 e mais além.

O diretor técnico

Helder Ventura


Monday, January 06, 2014

"CAÇA AO CROCODILO"

Das grandes chuvadas e ventos surgem inesperadas atividades na CENARIO. A ria transbordou as margens para além do habitual, o que habitualmente já é demais.
Mas esta vez transformou-se numa aventura digna de "crocodile Dundee".
 1- O crocodilo fugiu
2- O crocodilo foi avistado entre as canízias
3- O crocodilo foi atado com uma corda ( um cabo, no caso da náutica) 
4- O crocodilo foi rebocado por 120 cavalos...
5- Depois de imobilizado, foi observado e colocado no seu sítio.
6- Recuperámos o crocodilo e a nossa reputação.