Tuesday, October 30, 2012

"Pilrito" - A proporção e a funcionalidade

De quando em vez, a propósito de um ou outro evento, por cá aparece o Artur Gonçalves trazendo sempre um sorriso tranquilo e novidades do seu projecto: a construção de uma embarcação ligeira á vela, transportável, de execução simples, direcionada para o amador, mas exigente no que diz respeito á técnica de "stich and glue"...
Confesso que fiquei muito agradavelmente surpreendido quando Sábado dia 27, em pleno embarque para o workshop "Velejar é Preciso" mais uma vez aparece o Artur que nos anuncia que o "Pilrito" vai entrar na fase final, na pintura, passando de uma ave com penas de ninho, cinzentinha e pintalgada, para o brilho e a cor das penas adultas, brilhantes coloridas e... impermeáveis.
Das esporádicas notícias que se iam regularizando, passámos para a notícia mais importante, o momento charneira na vida do construtor naval: a conclusão do projecto e o bota-baixo.
Ficou agendado o grande evento para o S. Martinho, dia 10 de novembro, sábado, na CENARIO, esperando todos nós que seja outra vez Verão para acompanharmos o "Pilrito" navegando na sua viagem inaugural.

Olhemos portanto mais de perto este "Pilrito" que terá uma vela de Wind-surf e um casco que nos faz lembrar o "Sun-fish"... só que talvez mais elegante, ágil e veloz, honrando seu próprio nome.
Mas, passemos a palavra ao promotor e construtor da embarcação :



"...Há imagens que documentam a fase de construção imediatamente anterior à colagem da placa de convés, onde é possível observar o tipo de construção adoptado e que é conhecido pela expressão "Stitch and glue".


De facto, nesta construção não houve necessidade de aplicar pontos... Houve foi necessidade de muita cola, uma vez que a conta de epóxi, já vai nos 12Kg, cargas de enchimento de algodão e sílica e reforços de fita biaxial de fibra de vidro.

Os planos do barco foram adquiridos nos Estados Unidos, via www.bateau.com , um site especializado na venda de planos de embarcações. para construtores amadores, como eu...



A construção respeitou globalmente os planos. No entanto realizei adaptações para converter o aparelho de vela latina original, tipo SUNFISH, num aparelho baseado em equipamentos de windsurf. Esta é uma aposta experimental que creio que vai ser bem sucedida. As velas usadas nessa modalidade tiveram uma evolução tecnológica muito grande, apresentando um rendimento aerodinâmico muito bom e um custo muito competitivo, havendo um grande mercado de material de ocasião de de promoção de "sobras" de coleções dos anos anteriores.

Há também alterações relativamente aos planos na caixa do patilhão que passou a ter um ângulo no sentido da popa para melhor se centrar relativamente à área da vela de windsurf, que, como sabemos, tem o bordo de ataque em arco, atirando o pano mais para a ré. A solução de charneira e rotação do leme também é muito diferente da prevista nos planos.

... PILRITO é um nome que me parece bem adaptado. A pequena dimensão e peso, a agilidade, e o bico (proa) afilado, correspondem... Vamos ainda verificar se assim é quando começar a navegar!

Seria interessante ter a companhia dos amigos da CENÁRIO no lançamento à agua numa data próxima da festa de S. Martinho. Poderá por isso ser uma festa a dobrar. Há algo de paradoxal nesta data para lançar um barco à água, quando a época de vela está a terminar! Penso que nas duas semanas que faltam até ao S. Martinho o PILRITO estará pronto.

Abraço "


Eis portanto algumas fotos, enviadas pelo Artur Gonçalves:
















Não sei se não teremos aqui o protótipo de um veículo para o futuro...

Friday, October 19, 2012

A Via da Água (1)

Pelo desenvolvimento da Via da Água



O Museu de Marinha é uma das instituições que mais respeito e admiro pelo que possui e representa, o nosso património marítimo. No entanto é um museu que em certos aspectos ainda não se libertou de um conceito de Museu estático e expositivo, próprio dos primórdios da museologia. Por exemplo, seria de todo obvio que o museu de marinha possuísse um núcleo museológico relacionado diretamente com a água, numa das tantas frentes de Tejo que a cidade está a recuperar, e dentro do possível e de acordo com cada uma, no Tejo levasse a navegar as embarcações que guarda e preserva. A melhor maneira de preservar e mostrar uma embarcação é na água, a navegar, com todo o seu aparelho e de modo a que se observe tudo o que representa.


Portugal não deve ficar parado, mesmo no momento difícil que vivemos. Devemos insistir para que ideias óbvias e criadoras de riqueza e sustentabilidade económica sejam possíveis. O dr. António Costa, Presidente da CM Lisboa, percebe isto muito bem, e concerteza os responsáveis pela guarda do património marítimo, a Marinha, também.


Existe toda uma comunidade ligada aos barcos que estaria na primeira linha no apoio direto a esta iniciativa. Não apenas pela nostálgica e reconfortante contemplação do passado, que na certa medida nos deve orgulhar, mas pelas enormes potencialidades de futuro relacionadas com o turismo e a identidade diferenciadora dos portugueses no contexto global.

As imagens que aqui estão a ilustrar este texto da Canoa do Tejo, "de tipo "coquete"  denominada "Fratinitza"  são da autoria de António Sá. Estas e outras embarcações portuguesas são observadas e admiradas em todos os cantos do mundo. A navegar no Tejo, com turistas ou em solitário, réplicas desta embarcação seriam um ex-libris de Lisboa e da nossa cultura. Resta acrescentar que nem sempre os exemplares de museu devem navegar regularmente. Para tal executam-se réplicas exatas dos originais,  que devem ser tratados com o máximo cuidado sempre que seja possível navegar com eles. Devo referir que todos os anos se celebra o dia da "Marinha do Tejo" onde dezenas de embarcações tradicionais desfrutam das águas do estuário. Este ano participaram cerca de 40. Podem os leitores imaginar a quantidade de pessoas que as observaram , a bordo dos enormes cruzeiros que aportam em Lisboa?  



Fotos: A. Sá

Tuesday, October 09, 2012

A visita de " International Wooden Culture Assotiation" Julho de 2012

Como foi noticiado, a Cenario recebeu a visita de uma delegação desta associação internacional que de um congresso em Cascais, conseguiu tempo para visitar Ovar e a nossa cultura náutica, assente na ancestral arte da carpintaria naval.
Neste Sábado de Julho, a Cenário esteve presente na Feira Náutica organizada pela associação Náutica da Torreira, e, reunindo todas as boas vontades, onde se inclui um grupo de professores de Leiria que nos visitavam pela primeira vez, partimos em direcção á Torreira no "Alecrim", no "Aventura" e com a companhia do "Cisne".

De Arouca vieram também, o Aguiar, o Pedro e a Mariana...




 E lá fomos, a caminho da Torreira , Charlotte Lee, de Taiwan, experimenta o leme e pratica vela, ao lado de Victor Adekunle, professor na universidade de Akune, Nigéria...

 e a reporter Shu-Ling Hsieh, por momentos, é alvo de uma foto com o professor Victor, que nunca tinha andado de barco...

A convergência de continentes...


fez-nos chegar á Torreira.


onde experimentámos o merchandizing, que poderia ter corrido melhor, muito melhor.

Uma jornada muito transglobal que por acaso e exceptional coincidência ainda nos levou a um estaleiro improvisado na praia, onde se construía um moliceiro.
Como conheceram e souberam estes viajantes da Cenario? Imaginem que há uns anos atrás, em 2009, se organizou um workshop sobre a reconstrução de um barco da classe Dragão, e foi convidado pela CMO o artesão e carpinteiro naval e aventureiro Gilles Lecha Loop, do Museu Marítimo de Barcelona. Ora este grupo, em visita a Barcelona...

Monday, October 08, 2012

workshop - "VELEJAR, é possível".






Para maiores de 16 anos.

Aprender a velejar em embarcações tradicionais de recreio

Noções básicas
prática de vela


Wednesday, October 03, 2012

A Andorinha de Torres - "La Rondine"

Em Torres surgem estas linhas, já quase corporizadas em matéria náutica por excelência.
Uma nova embarcação da classe Andorinha está quase concluida. E que belo trabalho, está de parabéns o amigo Francisco, que do aero-modelismo, evolui para uma outra navegação, desenvolvendo a técnica da carpintaria naval... Vamos ao botabaixo...
Entretanto recebi esta nota do amigo Francisco:

"Caro Amigo


Envio-lhe o link do Teatro Nacional de S. Carlos onde anunciavam a estreia da La Rondine que inspirou o baptismo do meu barco Andorinha.

http://www.saocarlos.pt/gca/?id=1263

A peça é bem disposta, divertida e sem dramas como se espera que o barco venha a ser.

Um Abraço

Francisco "

Monday, October 01, 2012

A VI Regata... dois dias de agregação de gente, barcos e velas

Dia 29, Sábado, esperávamos a chegada do Laura, que chegou, já era meio-dia, ainda com brandais e outras coisas que tais por afinar... mas que bela surpresa, este "Laura" cuja construção está pura e simplesmente impecável. Foi á água, partiu-se o champagne, mas não navegou, pois o cabo do patilhão, sub-dimensionado, também se partiu...
Chegou o OLI, que viajou de Aveiro, uma estreia no Puxadouro, assim como o Vaurien do Pedro "Gafanhão", chegaram todos os participantes na viagem de moliceiro, chegaram as embarcações e finalmente estávamos no campo de regatas, o vento rijinho...

Preparando o almoço...

Subindo o mastro do "Laura"

As embarcações em espera

O BéBé, foi demasiado cedo para a linha de largada, e não fez a regata devido a hipotermia de um dos tripulantes...

O "Cisne", falta ali a simpatia da Leonor... que desta vez não veio

O "Celta" de mastro já recuperado, mas desta vez... a cana do leme náo se aguentou.

 
Uma largada

                                                O "Aventura" em busca da bóia perdida...
 
No regresso ao cais tinhamos a água alta, até á soleira. Os automóveis é que não gostaram muito.

Vou colocar aqui as primeira fotos que nos chegaram, do Carlos Aguiar. Esperam-se outras imagens, a qualquer momento, mas a intervalos irregulares, dado que as fotos perorrem milhares e milhares de cabos de fibra ótica, através do espaço digital, cruzando inúmeros servidores, sendo por fim processadas, interpretadas e colocadas em modos tais que o blog as assimile e publique. Tenhamos paciência, nas primeiras edições da taça América as imagens foram desenhadas a óleo, a carvão e lápis e publicadas meses depois em revistas a preto-e-branco, que belas revistas eram estas... Lembro-me de uma delas, já perto do séc. XX : "The Ruder"...
Voltemos ás nossas fotos, da chegada: