"PIPOCAS" - a lancha.
Esta lancha, a "PIPOCAS" foi doada à CENÁRIO. Está um bocadito deteriorada, mas merece toda a nossa estima. Construída em Ovar no estaleiro de Horácio Lopes "Da melra" entre 1965 e 1967.
Este Mestre Horácio era personagem de carácter forte, princípios assentes numa individualidade inquebrável. Instruído pelas ondas do mar de Ovar e inspirado pelas águas da Ria, intérprete rigoroso do génio Vareiro, ou Ovarense se preferirem, lutador em época de vida difícil, pautada pela escassez de meios, nas dificuldades de adaptação ás novas tecnologias, diga-se mecanização e industrialização para o mercado decadente da industria da carpintaria naval de recreio de meados dos anos 70 ( sec XX). Conheci-o de relance, era eu muito novo, fugazmente visitei a sua garagem/estaleiro ali na AV. da Régua, a caminho do Furadouro com um amigo, seu familiar, sem perceber o alcance da sua arte nem a grandeza do seu génio. Através de um ilustre Valegense, que nos doou a lancha, e de um seu amigo, temos vindo a perceber melhor este personagem do panteão náutico ovarense.
Mas que lancha é esta? Bem a "Pipocas" originalmente tinha dois motores de 50 CV e foi construída para um industrial do Porto, de nome Barros. Adquirida pelo Dr. Jaime Duarte, natural de Valdágua, foi palco de inúmeros momentos de confraternização e alegria entre Ovar e S. Jacinto, com a sua família, com amigos, que se instalavam preferencialmente no sítio das "piscinas" ali nos areais desaparecidos junto à Ponte da Varela. Os pormenores construtivos e o design de alguns elementos, como o habitáculo, os beliches ou o banco rebatível para o timoneiro, refletem a qualidade e a criatividade do seu autor.
Este Mestre Horácio era personagem de carácter forte, princípios assentes numa individualidade inquebrável. Instruído pelas ondas do mar de Ovar e inspirado pelas águas da Ria, intérprete rigoroso do génio Vareiro, ou Ovarense se preferirem, lutador em época de vida difícil, pautada pela escassez de meios, nas dificuldades de adaptação ás novas tecnologias, diga-se mecanização e industrialização para o mercado decadente da industria da carpintaria naval de recreio de meados dos anos 70 ( sec XX). Conheci-o de relance, era eu muito novo, fugazmente visitei a sua garagem/estaleiro ali na AV. da Régua, a caminho do Furadouro com um amigo, seu familiar, sem perceber o alcance da sua arte nem a grandeza do seu génio. Através de um ilustre Valegense, que nos doou a lancha, e de um seu amigo, temos vindo a perceber melhor este personagem do panteão náutico ovarense.
Mas que lancha é esta? Bem a "Pipocas" originalmente tinha dois motores de 50 CV e foi construída para um industrial do Porto, de nome Barros. Adquirida pelo Dr. Jaime Duarte, natural de Valdágua, foi palco de inúmeros momentos de confraternização e alegria entre Ovar e S. Jacinto, com a sua família, com amigos, que se instalavam preferencialmente no sítio das "piscinas" ali nos areais desaparecidos junto à Ponte da Varela. Os pormenores construtivos e o design de alguns elementos, como o habitáculo, os beliches ou o banco rebatível para o timoneiro, refletem a qualidade e a criatividade do seu autor.
Resta-nos, como coletividade cujos objetivos são sobretudo de índole museológica, estar à altura da tarefa de recuperar esta lancha.
Para já estamos a retomar os trabalhos na "Marilinda" para depois nos dedicarmos à Pipocas". Estas tarefas, cada vez mais, ultrapassam as capacidades da CENÁRIO, pelo que necessitamos de todo o tipo de ajuda. Material, manual e espiritual. Fica aqui um apelo, a todos os que simpatizam com o nosso projeto, pois mesmo com ajudas institucionais, os projetos estão a ficar cada vez mais sérios. Aguardamos as desejáveis parcerias com a CIRA, para que conjuntamente com Ovar se encontrem caminhos para a patrimonialização destes objetos de enorme valor pedagógico, social e cultural. Áh! pois, e turístico. Também.
A "Pipocas" na Av. da Régua, junto ao local onde foi construída.
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