Monday, January 11, 2016

Jornadas Cultura Náutica - Quantas Rias e Rios de conhecimento?



Foi na sexta feira, dia 8 de Janeiro que levámos a efeito o encontro de gente do Mar, da Ria e da Terra, para colocarmos a nossa atenção e enfoque no modo como se divulga esta cultura, que aqui na Ria de Aveiro possui diferentes identidades e diversidades. Na escola de Artes e Ofícios de Ovar, com a abertura dos trabalhos na presença do sr. presidente da câmara e do sr. vereador da cultura e património, com a participação de oradores convidados, agentes de promoção turística e dirigentes de clubes náuticos, e mais gente que destas coisas do mar e da Ria vai tendo a necessária vontade de mais saber para melhor fazer, decidir e divulgar.


Alfredo Pinheiro Marques , do CEMAR- Buarcos e Salvador Malheiro, Presidente da CMO


A Câmara Municipal de Ovar, e seus técnicos mais proximos.

Apesar da impossibilidade de podermos contar com a presença de todos os oradores convidados, o que se revelou obstáculo difícil de transpôr, iniciámos com a projeção de um pequeno vídeo, da autoria de Rui Lamy, video que se espera poder evoluir para um cenário mais abrangente, e que tem a Cenario, os territórios da ria de Ovar e a carpintaria naval como tema. 


Falta a Etelvina Almeida, que tirou a foto...

Formada a mesa, com a moderação de Alfredo Pinheiro Marques, interveio primeiramente Luis Menezes Pinheiro, da UA, que nos falou de modo muito interessante da geologia, natureza, origem e evolução das camadas sedimentares que nos suportam e das técnicas de que dispomos para o estudo das camadas mais profundas do subsolo, seguindo-se a intervenção de Etelvina Almeida, designer e fotógrafa,  sobre as embarcações tradicionais e a sua aproximação ao design e ao arte-facto, questionando a evolução das embarcações e a sobrevivência da arte da carpintaria naval,  tendo como pano de fundo a força transformadora da indústria turística. Seguiu-se a intervenção de Helder Ventura, na qualidade de arquiteto/urbanista, com um olhar sobre o desenho urbano, a relação terra/água e os territórios resultantes da implementação dos cais de acostagem, ao que denominou de "territórios aquamórficos", terminando este primeiro "painel" com a intervenção de Filomena Martins, expondo o trabalho realizado no âmbito dos estudos preliminares do Programa Polis para a Ria de Aveiro, a identificação, enquadramento e possibilidades de modelos de gestão para os referidos cais, tendo em consideração as dinâmicas ainda existentes em alguns dos cais da Ria de Aveiro.


Luis Pinheiro Menezes, UA


Filomena Martins, UA



Seguiu-se um debate, com intervenções que saíram do âmbito do programa mas que data a temática apaixonada e a pertinência das intervenções foram admitidas a debate pois visavam o resultado das intervenções do Programa Polis, a influência do Porto de Aveiro na Ria e as consequências das atuais hidrodinâmica das marés nas margens e terrenos adjacentes, sobretudo no topo norte da Ria, aqui denominada "Ria de Ovar". Também se debateram as temáticas da originalidade e da transformação das embarcações tradicionais, inseridas na indústria  maritimo-turística e a continuidade da arte da carpintaria naval, resultando daqui a ideia do necessário equilíbrio e separação entre as atividades assentes na tradição e as atividades assentes numa visão mais transformadora, porque necessário o seu enquadramentos em normas regulamentares. Visadas foram também as normas regulamentares que contrariam o paradigma de desenvolvimento assente na identidade e no património que nos diferencia, promove a estagnação económica, fez e faz desaparecer uma atividade que desde sempre nos levou mais longe.


Após o intervalo ainda houve tempo para mais duas intervenções, de Helder Ventura, agora na qualidade de diretor técnico da CENARIO, visando a temática da identidade Atlântica e da carpintaria naval, e da arte dos barcos como fator de reaproximação á Ria e ao Mar. Concluiu António Couto, Natural do lugar da Marinha, em ovar, contando-nos das suas memórias de filho de barqueiro, dos últimos da carreira do sal entre Aveiro e Ovar, e de como ainda hoje se sente atraído pela Ria, essa entidade em mutação permanente.  


Concluímos que, mesmo quando tentamos colocar a temática nos barcos e na arte dos barcos, na carpintaria naval, na navegação e suas nuances de Ria e Mar ou mesmo na arte de marinheiro, o que se torna relevante é o estado das coisas; a navegabilidade, os constrangimentos, as disparidades  normativas, a intolerância das entidades fiscalizadoras, a ausência de uma entidade reguladora e decisora local, cuja ação assente numa visão estratégica para o território RIA, que se traduza em normas simples e de fácil entendimento. 

1 Comments:

At 16:10 , Anonymous etelvina almeida said...

Parabéns pela excelente iniciativa.
Saudações náuticas.
Etelvina Almeida

 

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home