Notícias do cais

Vão ser iniciadas algumas obras de restauro no cais do Puxadouro, em Válega. O nosso cais, e o de alguns pescadores e caçadores que ali atracam bateiras e canoas.O projeto que se pretende implementar, oriundo da equipa coordenadora do programa Polis, vai traduzir-se numa obra insuficiente, onde a escassez se confunde com o miserabilismo e totalmente desadequada ao potencial e à dinâmica social e económica que se verifica no Cais do Puxadouro. Ainda, está tecnicamente ferida de morte, pois nem sequer se adequa ás condições físicas do local, ignorando a amplitude de marés que atualmente se verifica.
Portanto, apresentámos uma alternativa ao projeto que por acaso nos foi dado a conhecer. Por acaso. Esta alternativa em nosso entender, responde melhor, muito melhor, à realidade vivida e potencialmente valorosa deste cais:

Proposta alternativa: diminuição do comprimento de cais, rematando em pequena praçeta com rampa de acesso para embarcações. Subida da cota do arruamento envolvente e redesenho do mesmo. Criação de hierarquias de mobilidade:Fluvial, pedonal e automóvel.


Colocada a questão à Junta de Feguesia de Válega e à Câmara de Ovar, ambas as instituições reconheceram a inadequação do projeto Polis à realidade do cais e envolvente. Tarde demais. Se houve análise prévia ao projeto, esta análise foi  incompetente. Como sabemos, a água da Ria transborda e impede o livre acesso á nossa sede. Muitos sócios e visitantes já tiveram as viaturas sériamente danificadas pela água da ria, que ultrapassa  o nível da estrada em cerca de 40 cm , todas as marés. ( por vezes muito mais em condições de mau tempo). Mas, tarde demais porquê? Porque as regras de contratação pública de projetos e obras são demasiado rígidas e não permitem alterações de vulto ao projeto. Conclusão: vai ser executada uma obra que em grande parte do tempo e ciclicamente vai ficar inundada, não restaura a totalidade do cais e não serve para as atuais dinâmicas de utilização deste cais, o único verdadeiro cais da Freguesia de Válega.
No entanto, a câmara Municipal está sensível à questão e reconhece que se poderão alterar as cotas do projeto. Posteriormente será alterada a cota da estrada e eventualmente será feito um ajustamento na envolvente. Mas mesmo assim...
Perdeu-se uma oportunidade para resolver adequadamente um espaço público, adequado ao dinamismo atual e futuro e potenciador de novas atividades, tendo em conta a sensibilidade eco-cultural do sítio.
Nós CENARIO apresentámos uma proposta alternativa, que aqui se publicita. O Projeto Polis, esse não sei onde se poderá vislumbrar, de tão mínimo que é.

O que pergunto: Como é possível chegar aqui, depois de tantos anos de estudos, análises, inquéritos, visitas ao sítio, técnicos superiores, entrevistas e dezenas de fotografias tiradas?
Resta dizer que o Programa polis se iniciou em 2008...

O perfil proposto: demolição do muro poente, alargando o espelho de água e resolvendo a margem de modo naturalista, rematando em percurso/estrado de madeira.