Construções Freitas.
Temos na CENARIO, isto é, tínhamos, uma embarcação da classe "Vaurien" que ostenta gravada na quilha, a ferro em brasa, a seguinte designação: C-F. 18.
Esta marca quer dizer Construções Freitas e 18 é o número de série, a décima oitava unidade desta classe construída neste estaleiro. Estamos perante uma embarcação construída nos anos 60 do século XX, no único estaleiro que em Portugal obteve licença de construção da Associação Internacional da Classe "Vaurien", classe que nos anos 60 atingiu um notável incremento por todo o mundo.
O "Caixinhas" como era conhecido o Sr. Freitas no porto de Leixões onde trabalhou como carpinteiro antes de se estabelecer como carpinteiro naval em Sta Cruz do Bispo, é natural de Válega e tem uma história de vida digna de realce. Ficando órfão ainda criança foi criado por um tio em Ovar e mais tarde foi trabalhar para o Porto de Leixões. Aprendendo artes de carpintaria ainda novo, na tradição dos muitos e bons carpinteiros de Válega, decidiu aplicar essa sua arte aos barcos, quando verificou que o trabalho numa estrutura, segundo as suas palavras "minada por canalhices", não era para o seu género. Em tal hora o fez, que se tornou famoso entre os nautas e navegantes que apreciavam o seu trabalho e que trabalho, o trabalho de um verdadeiro Mestre, que construiu centenas de "Vaurien", muitos para exportação.
Agora que vemos partir esta embarcação , das primeiras entre centenas construídas pelo Sr. Freitas, com uma notável qualidade e em muito bom estado, esperamos que o seu destino seja o de continuar agradando, pelo menos a tantas gerações quantas as que já passaram pelas tábuas do seu convés.
As Construções Freitas não se adaptaram ás novas tecnologias, e o sr. Freitas como artista que é nunca conseguiu transformar a sua pequena empresa numa indústria, apesar de ter tido a possibilidade de fabricar continuamente para a Alemanha. Recusou a proposta pois não conseguia responder ás encomendas, e não queria contratar muitos empregados. Isto já lá vão muitos anos.
H.Ventura
Esta marca quer dizer Construções Freitas e 18 é o número de série, a décima oitava unidade desta classe construída neste estaleiro. Estamos perante uma embarcação construída nos anos 60 do século XX, no único estaleiro que em Portugal obteve licença de construção da Associação Internacional da Classe "Vaurien", classe que nos anos 60 atingiu um notável incremento por todo o mundo.
O "Caixinhas" como era conhecido o Sr. Freitas no porto de Leixões onde trabalhou como carpinteiro antes de se estabelecer como carpinteiro naval em Sta Cruz do Bispo, é natural de Válega e tem uma história de vida digna de realce. Ficando órfão ainda criança foi criado por um tio em Ovar e mais tarde foi trabalhar para o Porto de Leixões. Aprendendo artes de carpintaria ainda novo, na tradição dos muitos e bons carpinteiros de Válega, decidiu aplicar essa sua arte aos barcos, quando verificou que o trabalho numa estrutura, segundo as suas palavras "minada por canalhices", não era para o seu género. Em tal hora o fez, que se tornou famoso entre os nautas e navegantes que apreciavam o seu trabalho e que trabalho, o trabalho de um verdadeiro Mestre, que construiu centenas de "Vaurien", muitos para exportação.
Agora que vemos partir esta embarcação , das primeiras entre centenas construídas pelo Sr. Freitas, com uma notável qualidade e em muito bom estado, esperamos que o seu destino seja o de continuar agradando, pelo menos a tantas gerações quantas as que já passaram pelas tábuas do seu convés.
As Construções Freitas não se adaptaram ás novas tecnologias, e o sr. Freitas como artista que é nunca conseguiu transformar a sua pequena empresa numa indústria, apesar de ter tido a possibilidade de fabricar continuamente para a Alemanha. Recusou a proposta pois não conseguia responder ás encomendas, e não queria contratar muitos empregados. Isto já lá vão muitos anos.
H.Ventura
3 Comments:
Não é que não se tenha adaptado a novas tecnologias.
O Sr. Freitas construi-me dois Vaurien.
Houve de facto grandes inovações introduzidas entre as duas gerações: Caixas estanques para facilitar o ''desvirar'', revestimento a resina Epoxi para aumentar a resistencia das madeiras aos UV's e melhor impermeabilização, reforço do pé de cabra para resistir às tensões que punhamos nos brandais, utilização de contraplacados com menos espessura no convés e costado, etc...
A questão é que tinhamos um barco óptimo para vento forte mas eram prótotipos que urgia desenvolver.
Os clientes assim não entenderam e também a classe definhou a nivel internacional.
Enfim, tudo tem o seu tempo.
Os barcos de madeira vão ficando confinados a um segmento de mercado cada vez mais apertado dos amantes da ''bela vela'' apesar dos esforços para reabilitar a madeira em conjunto com novos materiais mas que não têm tido sucesso geral como se pretendeu em tempos.
Viva miguel! Pois não fosses tu e os enigmáticos "CF 18" tinham passado despercebidos. E que histórias ainda para contar sobre o Sr. Freitas... Sobre barcos de madeira, haverá sempre quem os considere os mais bonitos de sempre, se a este material for aplicada a sensibilidade dos desenhos clássicos. Fazer barcos modernos de madeira parece-me algo contraditório. Mas possível... Estou ansioso por ver o "Breeze".
Boas li o artigo e fiquei fascinado.
Sou sócio do clube Naval de Leça e sei por antigos sócios que o construtor Feitas construiu muitos barcos nas atuais instalações do Naval.
Em memória a isso este ano iremos realizar uma prova de Vaurien no CNL com o nome Troféu Freitas....gostava de saber mais sobre o construtor para fazermos uma justa homenagem...
Post a Comment
Subscribe to Post Comments [Atom]
<< Home